Acordo entre Bolsonaro e Tereza por apoio a Adriane faz direita bater cabeça na Capital

By Richelieu de Carlo

O anúncio das tratativas entre Jair Bolsonaro (PL) e a senadora Tereza Cristina (PP) por apoio a favor da reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP) em Campo Grande fez deputados da direita baterem cabeça e dividir o discurso entre aliados da bancada federal bolsonarista de Mato Grosso do Sul.

Apesar da cautela dos envolvidos em evitar dizer que há um acordo fechado para o ex-presidente apoiar Adriane, o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) comemorou, em suas redes sociais, que “a sensatez, sabedoria e o equilíbrio” voltaram à Capital com a declaração de apoio de Bolsonaro à prefeita pepista. 

Ovando também parabenizou o presidente do PL em Campo Grande, Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela, que é suplente de Tereza no Senado e ocupa cargo na gestão Adriane, por conseguir junto com a ex-ministra de Agricultura e o deputado federal Marcos Pollon articular a aliança.

“Juntos contribuíram para essa decisão fundamental ao equilíbrio da política em Campo Grande, essa decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro em apoiar a nossa prefeita”, celebrou Ovando, em vídeo publicado na quarta-feira (22). “Sendo assim, quero dizer que certamente o PL participará da construção político-eleitoral futura em Campo Grande. 

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Presidente regional do PL, Pollon fez um pronunciamento, logo depois da declaração do colega, em que destacou ter se reunido com Jair Bolsonaro, na tarde de quarta-feira, e defendeu candidatura própria do partido em torno dos correligionários Coronel David e João Henrique Catan, e ainda citou Rafael Tavares, que é filiado ao PRTB. 

“Eu quero um candidato do PL neste pleito”, afirmou Pollon, que descartou sair candidato. “O presidente [Bolsonaro] reiterou que preferencialmente nós consolidemos uma candidatura em Campo Grande. Eu agora vou me reunir com o presidente Valdemar e vou trabalhar para que isso aconteça”.

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No mesmo dia, o presidente regional do PRTB, o ex-deputado estadual Capitão Contar pediu que a direita tenha um “legítimo representante” na disputa pela prefeitura da Capital.

Deixado de lado nas negociações, mas lembrado agora por Pollon, o deputado estadual Coronel David desistiu de se lançar candidato a prefeito, cargo que disputou em 2016. O policial militar aposentado tomou a decisão após Bolsonaro dizer que o nome do PL seria o do colega da Assembleia Legislativa João Henrique Catan, veredito que durou cinco dias.

“Respeito a decisão do presidente Bolsonaro. Chamou atenção a participação na decisão do Bolsonaro de alguém que não pertencia ao partido e pelo jeito teve influência na decisão, não se sabe com qual argumento, inclusive passando por cima da direção nacional, fazendo essa escolha”, declarou David, na sessão de terça-feira (20) da Alems.

O incômodo do deputado foi que a decisão de anunciar Catan ocorreu após conversa do ex-presidente da República com Capitão Contar. 

“ Minha vida vai seguir, vou continuar sendo deputado, trabalhando naquilo que acredito. Só estranhei um objeto estranho ao partido em decisão que julgo muito importante para o futuro do PL”, finalizou David.

No entanto, como Jair Bolsonaro já disse que o PL teria candidato próprio em Campo Grande, sinalizou apoio a Contar, anunciou João Henrique, e agora está próximo de Adriane Lopes, tudo isso em quatro meses, é complicado afirmar que qualquer decisão seja definitiva entre a direita da Capital, que deve seguir batendo cabeça. 

Enquanto isso, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto e Bolsonaro não podem se comunicar, por serem investigados pela Polícia Federal e determinação do Supremo Tribunal Federal. 

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