Por Dourados News e Gizele Almeida
O governador Eduardo Riedel (PSDB) cobrou celeridade do Governo Federal para a resolução dos problemas fundiários em Mato Grosso do Sul, em especial na região da Grande Dourados, onde o clima de tensão entre produtores rurais e indígenas tem predominado.
Participando da cerimônia de 37 anos de fundação do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) na manhã desta segunda-feira (19/8), ele enxerga um avanço nas conversas por parte da União, porém, pede maior agilidade para se resolver a situação o mais rápido possível.
Recentemente em Douradina, houve confronto entre as partes.
“Algo que temos que caminhar para não ter mais [conflitos fundiários]. O Governo Federal tem sinalizado a todo o tempo que pretende comprar terra, é um avanço, porque no passado isso não se discutia e hoje tem essa discussão. Agora, precisa acontecer. Falar e não acontecer dificulta, você ter de conviver com esses conflitos. É um absurdo que a gente tenha nos dias de hoje ainda esse tipo de situação”, disse o chefe do Executivo sul-mato-grossense.
Riedel complementa voltando a afirmar a necessidade de que as ações ocorram de forma mais rápida.
“Tá moroso, não é uma conversa deste governo ou do governo passado, estamos falando de 20 anos. Já tiveram ‘N’ discussões jurídicas, CNJ (Conselho Nacional de Justiça), STF (Supremo Tribunal Federal), agora estou na mesa de discussão no âmbito do STF representando os 27 Estados e tenho cobrado a solução o mais célere possível, até porque nós estamos sofrendo aqui. Sofre a PM (Polícia Militar), produtores, os indígenas, sofre todo mundo”, relata.
No início de agosto, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Gajajara, e comitiva federal estiveram na área de confronto em Douradina para acompanhar a situação. Logo em seguida, ela se reuniu com o MPF (Ministério Público Federal) em Dourados e depois seguiu para Campo Grande, onde ocorreu um encontro com o governador.
Políticas Públicas
Ainda durante entrevista nesta manhã na sede do DOF, Riedel relatou que o governo tem feito a parte dele na questão de políticas públicas, independente da obrigação ser do Estado ou da União.
“Governo sempre falou e deixou claro que a questão em termos de políticas públicas para os indígenas nós vamos fazer. Independentemente de ser nossa ou federal [obrigação], vamos fazer porque são sul-mato-grossenses. Vamos apoiar na educação, na saúde, agora um grande projeto no fornecimento de água [na Reserva de Dourados], é a parte que a gente pode fazer. Agora a questão do conflito fundiário o Governo Federal tem que dar um basta nisso e o caminho no nosso entendimento é acomodar essa situação adquirindo essas áreas que estão há 20 anos de litígio”, disse.