Condenado a 12 anos de prisão e apontado como sucessor de Jorge Rafaat Toumani, o ex-policial militar Adair José Belo rompeu a tornozeleira e fugiu, segundo a UMVE (Unidade de Monitoramento Virtual Eletrônico). Ele deixou o presídio para realizar uma cirurgia e ficar em casa pelo período de três meses para o tratamento.
Belo é acusado de ser pistoleiro de Rafaat e sócio de Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”. Conforme investigação da Polícia Federal, ele era um dos apoiadores da organização criminosa chefiada pelo bandido.
O ex-PM ficou foragido durante muitos anos até matar o próprio tio durante uma confraternização de fim de ano em uma fazenda na região de Cerejeiras (RO). Ele usava nome falso e foi apontado pelos familiares como sucessor de Jorge Rafaat, que foi executado com tiros de .50 em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, em 2016.
Belo foi preso no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), em fevereiro de 2019. Ele permaneceu preso no Presídio de Tremembé (SP) até ser transferido para um dos presídios de Campo Grande.
No dia 9 de setembro deste ano, o juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, autorizou a saída de Belo do presídio para a realização de cirurgia em um hospital particular. Ele alegou sofrer de Cervicobraquialgia Refratária com Radiculopatia e Defict Motor.
“Conforme relatório médico de evento 138.3, o sentenciado possui ‘perda de força súbita em braço esquerdo com piora progressiva, associado a perda de sensibilidade em braço esquerdo”, ao passo que “tem indicação de cirurgia de artrodese e descompressão coluna cervical de urgência, devido ao risco de progressão do déficit neurológico caso haja piora”, anotou o magistrado.
Adair José Belo pediu para deixar o presídio por 120 dias. O magistrado fixou em 90 dias e ainda determinou o uso de tornozeleira. O ex-PM deveria permanecer em casa e sempre comunicar a Agepen sobre o deslocamento ao médico.
No dia 1º de novembro deste ano, às 10h26, ele rompeu a tornozeleira e desapareceu, conforme ofício do diretor da UMVE, Maycon Roslen de Melo, encaminhado à Justiça no dia 5 do mês passado.
“Informamos que foram feitas diversas tentativas de contato com o monitorado pelo número informado a esta UMMVE sem sucesso. Oportuno mencionar também que foi realizada fiscalização pelo GRUPAMENTO DE AÇÕES E FISCALIZAÇÃO PENITENCIÁRIA – GAFIP, sendo que o equipamento eletrônico não foi recuperado”, informou.
“Além disso o Provimento Nº 151, DE 26 DE JANEIRO DE 2017 estabelece que a monitoração eletrônica poderá ser revogada se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave Nesse sentido, ficará a cargo do poder judiciário adotar as medidas legais pertinentes acerca do rompimento do equipamento do monitorado”, informou.
Conforme determinação judicial, Belo só deveria retornar ao presídio no dia 11 deste mês.