Queimadas aumentam 410% em fevereiro, segundo Ipam

Dados recentes apontam para um aumento preocupante nas áreas consumidas pelo fogo, especialmente na Amazônia e Cerrado

Marco Toledo

Fevereiro de 2024 trouxe consigo uma elevação alarmante nos casos de incêndios no Brasil, com um total de 950 mil hectares devastados, marcando um aumento de 410% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os números, divulgados pelo Monitor do Fogo do MapBiomas Fogo e coordenados pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), revelam uma trágica realidade: aproximadamente 79% das áreas afetadas correspondem a vegetação nativa.

A Amazônia e o Cerrado, vitais para a biodiversidade e o equilíbrio ecológico, foram os biomas mais impactados, somando 750 mil hectares de destruição apenas em fevereiro. Desde o início do ano, as chamas já consumiram cerca de 1,98 milhão de hectares no país, um crescimento de 319% comparado ao mesmo intervalo do ano passado, com Roraima, Pará e Amazonas liderando o ranking dos mais afetados.

Roraima, especialmente, enfrenta uma situação crítica, com 1 milhão de hectares já consumidos pelo fogo em 2024. “A escalada de incêndios em Roraima está intrinsecamente ligada à seca prolongada, potencializada pelo El Niño”, explica Felipe Martenexen, do Ipam. Na Amazônia, a situação é ainda mais grave, concentrando 93% do total de áreas queimadas do país no início deste ano, estabelecendo um novo recorde de devastação para o mês de fevereiro desde que os registros começaram em 2019.

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