Desespero nas feiras: Crise alimentar expõe a dura realidade dos brasileiros

Xepa, jejum e alimentos estragados tornam-se alternativas para enfrentar a inflação

A disparada nos preços de alimentos no Brasil tem forçado milhões de famílias a adotar práticas que antes eram evitadas, mas agora se tornaram obrigatórias. A “xepa” das feiras, um momento no fim do dia em que produtos são vendidos a preços menores, tem sido a salvação para muitos. Frutas e legumes, mesmo amassados ou próximos do vencimento, tornam-se valiosos. “Se eu não vier na xepa, não tem salada em casa. É pegar o que dá para salvar e aproveitar ao máximo”, desabafou a dona de casa Ana Lúcia. O que deveria ser uma escolha eventual tornou-se uma prática diária, revelando o impacto devastador da crise econômica.

Outro reflexo preocupante é o aumento do jejum intermitente, que, embora seja uma prática ligada à saúde, tem sido adotado por necessidade. A imposição da fome, agora disfarçada como estratégia, expõe a falência de políticas econômicas que deveriam proteger o cidadão. Especialistas apontam para os riscos dessa adaptação forçada, que, sem o devido acompanhamento, pode trazer graves problemas à saúde.

O cenário se agrava com relatos de famílias consumindo alimentos mofados ou deteriorados, após improvisos desesperados para “aproveitar” o que seria descartado. Produtos básicos como arroz, feijão e carne, antes comuns na mesa do brasileiro, tornaram-se inacessíveis para muitos. O aumento da desigualdade e o descaso com quem mais precisa deixam claro: enquanto poucos enriquecem, milhões enfrentam a miséria à mesa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *